A Lágrima
Brota
sempre do coração
Ganha
forma caprichada
Solta-se
abrasiva em golfada
Obviamente
a da paixão
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Escorre
acrimoniosa
Trémula e
pungente
Vem ferida
da mente
Tão só a
da tristeza
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Estira-se
como a onda do mar
Avança
deslizando pelo ar
Despuma-se
em condoimento
Sem dúvida
a do enternecimento
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Provem de
glaciar
Teima em
supliciar
Perde-se-lhe
o norte
É claro a
da morte
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Apesar
de estacional
E aferrada
à efemeridade
Derrama-se
emocional
É mesmo a
da saudade
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Irrompe
saltitante
Pode ser
esfuziante
Passageira
na euforia
Justamente
a d’alegria
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Qual
rápido em riacho
Corre
sempre em exagero
Vira mesmo
berbicacho
É a tal do
desespero
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Espontânea
e cristalina
Esfuma-se
na pitança
De um
carinho supina
Exclusiva
a da criança
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Jorra
impetuosa e salgada
Incontida
em lamaceira
Mantém-se
destemperada
Com
certeza a da cegueira
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Mareja-nos
os olhos
Invade os
sentidos
Mostra-nos o castelo
Efectivamente
a do belo
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Germina
afrontosa
Ferve
muita rabiça
Borbulha
penosa
Falamos a
da injustiça
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Desponta
lamuriosa
Umas vezes
furiosa
Outras mui
biliosa
Trata-se
da dolorosa
|
Solta-se
envergonhada
Escondida
na injusteza
Aninha-se curvada
Por certo
a da pobreza
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Eflui e
congela
Fixa-se na
remela
Subsiste
mordente
Com efeito
a impotente
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Desperta medrosa
Escapa
silenciosa
Traça
sulco na face
Temendo o
desenlace
Goteja
então caudalosa
Mesmo algo
nebulosa
Mas logo
um esplendor
Logra
fulgor. A do amor
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JP/Dez/2014
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