quinta-feira, 14 de maio de 2020

Pandemia 1


Prisioneiros

Agreste acalmia
Colou- se á pandemia
Ceifando a economia
Espelhada na rua
Gravada na loja nua
Pra sempre a perpétua

Que vida é esta 
Que nos confina a viver a vida,
Crianças enclausuradas
Em casa alarmadas
Pais despegados dos filhos
Evitando sarilhos

Olhando-nos de esguelha 
Medrosos de centelha
Qual ferrão d’abelha
E nos infecte a telha

Com um terror sociopata
Que nos destrata
Desafecto que mata
Sem nenhuma serenata

Que peste é esta
Que qos confina a viver a vida,
Em obscurantismo
Ávidos de iluminismo
Alentando o populismo
E cedendo ao estadismo

Perante futuro inglório
De previsível sanatório
Para todo o território
Hoje já um purgatório

Mas é notório
Inexistir oratório
Ou até reparatório
Para evitar um mortório


Maio 2020/13
JP