Amigos do Colégio de Ermesinde
Quando
dei conta de mim
Estava cingido de latim
A meu lado sem chinfrim
Sentava-se um tal Lino
Menino assaz ladino
Era cá um figurino
Em frente o mini Jaime
Muito bom santo-daime
Criou um bom andaime
De viés “garrincha” Abreu
Algo triste nos pareceu
Mas nunca nos aborreceu
Desta
quadra estabelecida
Florou grande amizade
Muito bem alicerçada
Em alta solidariedade
Unidos como família
Apesar da melancolia
Criamos tantas estimas
Que nos achamos irmãos
Das nossas boas vindimas
Sempre de mãos nas mãos
Juntou-se
o Monteiro
Todo ele era futeboleiro
Também o Teles de Meneses
Cujo pontapé era certeiro
Segui-se o João Pinto
Era cá um tal instinto
Amando a cabeceira
De forma beijoqueira
Em seguida veio o Ruão
Mas jeito só o pulmão
Mais atrás o matulão
Dias era o seu melão
Mas
também
O Nito
dos desenhos
Rico em altos engenhos
Da figura do Zequinha
Astronauta como tinha
Ao Sarmento da samarra
Turrando na sua marra
Passando ao Quico
Já então bom político
Inolvido o Carneiro
Era Nuno sanjoaneiro
Uma palavra ao Abel
Sem fel. Só puro mel
Das conversas do Belo
Autêntico bruguelo
Também
havia o Valdemar
Colega e aluno divinal
Dei com ele no alto mar
Encapelado pelo mal
Confessa-me sua volição
Já arrependido então
Incrédulo pela relatação
Ainda tentei mas em vão
Que lhe provessem uma mão
Sucederam-se vários canteiros
E apesar de tempos gazeteiros
Quase todos ainda gaiteiros
Convivemos dias inteiros
Sorvendo bons vinhateiros
Cantando velhas trivialidades
Apurando afectividades
Acentuando confinidades
Proclamando aos universos
Amigos!São incontroversos
JP
2014/Abr