segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Hospital S . João

Coração

Ao S. João vim dar
Com o pulso a falhar
Á cardiologia fui parar
Eis gente pronta ajudar

Ainda azoado
Logo cuidado
Algo mimado
E por todo o lado

Das mil Enfermeiras
Boas maneiras
Muito prazenteiras
Autênticas trabalhadeiras
De obras milagreiras

Formigando corredores
Repletas de afazeres
E de tantos ardores
Das Auxiliares só valores

Bastante contidas
Ás vezes estafadas
São as Faxineiras
Sempre ordeiras
Mas andadeiras

Apesar da minha euforia
Deixo -vos com nostalgia
Brotei uma lágrima
Pra acabar esta rima



Publicado 2019.18
Criado na enfermaria do H. S. João em 2019.08
JP

Férias Set 19


Estivemos em S. Miguel
Em lar pleno de mel
Partimos cheios de fel 
Saudosos de tal hotel

JP
05.09.19

Bodas de Ouro Barbot/Célia



Viemos todos á  Queirã
Movidos por um afã
Saber se foi de manhã
Que o Barbot mordiscou a maçã

Sendo  rapioqueiros
 E algo bisbilhoteiros
Queremos então perguntar 
Se será pelo embigo
Que á  noite será comido  o figo

Quinquagésimo  aniversário
É um belo legatário
Aplausos do Amial
Pra casal tão bestial

Para o Barbot e Célia eterna gratidão pela vossa sólida amizade de tantos anos e sinceras felicitações pela marca desta data que assinala um afecto de 50 anos. Que este laço perdure por muitos e bons anos.
Família e amigos ao nosso lado é tudo o que mais desejamos e impedido de fazê-lo sinto- me triste ( é um perda enorme),por um lado mas por outro satisfeito por vos saber rodeados de pessoas que vos querem bem. Estou longe mas espiritualmente presente em todos os belos momentos que ireis passar neste inesquecível dia.
Muitos parabéns. Muita saúde. Muitos anos de vida.

Prá Matilde em beijinho especial e pró ano muitos mergulhos.

Aos restantes amealenses um abraço

José Pina
07.09.19

Discurso Bodas de Ouro





Obrigado por estarem connosco a festejar esta data que assinala um afecto de 50 anos. Ter aqui Amigos Filhos, Amigos Irmãos, Amigos Família e Amigos Amigos é um privilégio que muito nos honra. Uma palavra para os amigos e família que por circunstâncias várias não estão presentes e também para todos aqueles que já não estão connosco mas estão vivos no nosso coração. Recordar Aquele cujos designios nos permite estar juntos.Todos Amigos de Alma e Coração. Foram estes Amigos que ao longo da vida vimos uns, entre um passo e outro, outros aqui e além, outros mais longe e nem por isso menos Amigos.  




Todos estes Amigos intervieram na nossa vida e ajudaram-nos a chegar a esta meta sempre presentes num apoio umas vezes fisicamente,outras vezes num email, numa carta,num telefonema, numa palavra.Sempre presentes.Sempre nos auxiliaram, sempre nos apoiaram por isso nos sentimos muito abençoados por vos termos como família e amigos. 

Estarmos juntos á 50 anos é uma coisa incrível. Para uns será um saltinho de pardal para outros uma eternidade.Não sei qual será. Uma vez parece uma, outra parece outra mas foi concerteza um período de momentos. Momentos uns nitidos, outros menos, uns mais focados,alguns muitos esquecidos e a vida é feita de momentos e uma vez que estamos a falar de 50 anos e de um casamento de 50 anos eu quero aqui recordar o momento em que deixei de pensar eu José Pina e começei a pensar Manuela e José Pina.É uma história engraçada.  
Eu do meu casamento não tenho uma memória muito focada mas lembro-me de 5 pessoas. A noiva obviamente.
O meu irmão que levou a noiva ao altar e passei anos e anos a perguntar-me por que tinha sido meu irmão. Por que eu tinha uma excelente relação com o meu sogro, a Manuela também. Por que é que não tinha sido o meu sogro e tinha sido meu irmão. Anos e anos a perguntar-me. Noutro dia finalmente descobri. 
Depois lembro-me do padre Luís sempre apressado a fazer a cerimónia porque tinha de fazer outras coisas. 
De seguida lembro-me do meu irmão Fernando que foi aquele que nos fez fugir pela porta do cavalo e nos conduziu  onde tinha o carro escondido que era em casa de meus padrinhos precisamente na rua onde nós vivemos á 45 anos. E foi daí que partíamos para a lua de mel.  
Mas antes  eu tinha-me esquecido de umas roupas. Onde? Em casa da D. Fernanda onde eu vivi 2 anos antes de casar  onde fui muito bem tratado onde me senti uma pessoa de família e onde fui muito mimado. E quero publicamente agradecer os 2 anos felizes que lá passei e como nunca tive oportunidade de o fazer quero  agradecer á Maria Fernanda e á Maria do Carmo.  
Mas dizia eu que tinha de ir á  Rua da Torrinha. Desci a Rua da Boavista e cheguei ao cruzamento da Carvalhosa. Não sei se me atrapalhei se já ia entretido demais se era por não conhecer o carro o que é certo é que acabei de passar uma tangente ao sinaleiro. E provavelmente devo ter passado por que é certo que me mandou parar. O homem apitou, gritou e tal eu parei e rapidamente e saí do carro a ver se punha um bocado de água na fervura. Vinha o homem em passos de leão a dirigir-se ao carro e antes que ele dissesse alguma coisa eu disse Ó Senhor guarda desculpe é que eu acabei de casar,vinha aqui a falar com a minha mulher estava distraído. Não me deite isto tudo abaixo. O homem estacou olhou para ver quem lá ia, viu a Manuela e ...siga. Virou-se e de repente volta para trás e disse á boa maneira portuguesa “olhe não se esqueça bote tudo abaixo”. 
Foi o primeiro momento da minha vida em que em consciência já não era eu. Mas tinha outra pessoa ao meu lado. 

O que é que eu posso dizer mais. 
A vida é cheia de momentos alguns trágico cómicos como este, outros tristes, outros alegres, outros sofridos, raivosos, outros bonitos, amenos, agradáveis,faz parte, tudo fez parte.Tudo ultrapassamos.Mas como dizia o Fernando Pessoa fomos apanhando as pedras do caminho e com as pedras fomos, começamos a construir uma muralha, depois de fechar a muralha conseguimos construir um castelo. O castelo da união dentro dessa muralha. Dentro desse castelo e dessa união existe uma inesquecível história de amor e companheirismo e existe também um orgulho muito grande pela família que temos. 
Dentro desse castelo de união estão 2 pessoas; juntaram-se duas pessoas que trouxeram defeitos e qualidades. Mas não ficava de bem comigo senão dissesse umas palavras ácerca da minha parceira. 
A Manuela é um ser humano que não tem sido bafejado pela saúde. Quase quotidianamente. Mesmo assim da parte dela nunca houve queixumes, exasperações, vituperações. Nada. A sua beleza exterior extravasou para o coração. Daí, do coração, só saiu doçura,compreensão, generosidade, capacidade de dar e de dar-se. Por isso me encantou a alma e o coração. Ela foi ou é a verdadeira argamassa do castelo que construimos. E se com o exemplo da vida dela se ainda não sou aquilo que deveria ser sou melhor do que era antes. E a ela o devo. 



Para acabar queria dizer duas coisas.

Primeiro aos companheiros de meus filhos. Obrigado por estarem com eles. Espero que continuem a fazê-los felizes.

Para os meus filhos queria dizer nós vos adoramos. Foram os filhos que sempre desejamos. 
Sei que tivesteis uma mãe extrordinária. Não sei se fui um bom pai. Sei que me importei. E também nesta vertente a vossa mãe fez-me um pai mais carinhoso, mais presente, mais amigo, mais pai. 

Obrigado 

06.07.2019
SAOM/Torreão – Passeio das Virtudes