domingo, 29 de setembro de 2024

As Ostras

 


ESTE TEXTO TEVE POR BASE UM OUTRO PUBLICADO NO FACEBOOK CREIO QUE ANONIMAMENTE



As Ostras


Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas.

É a lei da Natureza.

Então pérolas são produtos de dor, resultados da entrada de determinada substância estranha ou indesejável no seu interior como um simples grão parasita ou mesmo de areia.

Na sua parte interior existe uma substância lustrosa chamada nácar que penetrado por aqueles obriga que as  suas células começem a trabalhar e cobram o grão ou o parasita com várias camadas no sentido de proteger o corpo indefeso da ostra.

Como resultado uma linda pérola se forma.

Ostra que não seja ferida não produz pérola pelo que esta não é mais do que uma cicatriz da ferida.

Com os seres humanos sucede o mesmo. 

Feridos por alguém, acusados por alguém injustamente ou rejeitados indevidamente ideias ou juízos de valor ou mal interpretadas meras palavras, golpeados pelo preconceito, pelo troco da indiferença ou, pela perda de entes queridos só deveríamos produzir pérolas. 

Cobrir as mágoas com camadas de perdão.

Infelizmente a maioria de nós aprende apenas a cultivar ressentimentos, amarguras deixando traumas abertas e, pior, alimentando-as com vários sentimentos pequenos impedindo a sua cicatrização.

Assim, na prática o que observamos são uma imensidão de "Ostras Vazias" porque não souberam perdoar, compreender e transformar a dor em amor.

Um sorriso, um gesto tantas vezes vale mais do que mil palavras.

.Que desperdício. Que asneira. Que doença.


JP/JAN/2020

Resistência

 

Resistência



Deixei sempre meus cavalos à rédea solta

Galopando por esses campos fora

Em desfiladas desenfreadas

Galgando ravinas e cumeadas.


Por essa corrida afora

Sem hiato ou demora 

Neles cavalguei sonhos dourados

Uns desvanecidos

Não enraizados

Outros divinizados

Eternamente gravados.


Eis-nos perto da chegada

Os que subsistem amontoam- se à entrada

E apesar da vista cansada

Resistem à desgarrada

Cientes da jornada 

E sua curta caminhada


JP/JUL2024

Aceitacão Mas

 

Aceitação Mas



Sim, sei.

Um dia morrerei,

Só não sei

Quando partirei.


Aceitei.


Me interroguei,

Roguei,

Não me entreguei.

Pensamentos harmonizei. 

São parte da lei,

Intuí.


Aceitei.


Mas realmente sei?

Provas eu captei,

No corpo vivenciei 

Fraquejei.

Ajudar-me-ei.

Reflecti.


Aceitei.


Com a graça divina, despertei.

Me consciencializei,

Capacitei e serenei.

Relutei, me refreei,

Já não cegarei.


Sei,

Mas realmente nem tudo aceitei.

E tempo, terei?



JP/Set/2024


 

A Fé e o Medo

 

A Fé e o Medo



Emerge da consciência 

É o espaço interior

Onde a profundidade da essência 

Berço da serenidade criadora

Da quietude geradora** 

E do fluxo da energia vital 

Resulta em paraíso espiritual.


De refinada poesia,

Maestro de música e magia,

Do imane infinito,

Surge o mais belo escrito,

Nesse espaço etéreo,

Onde somos quem éramos,

Antes de nos tornarmos quem somos.


É nessa grandeza,  

Que algo em nós, sintoniza a beleza, 

Da unicidade com a natureza.


Tudo é nada,

Tudo é comunhão,

É o já e o ainda,

Mesmo na contração,

Ora mais desvanecida,

Nos traz melhor iluminação, 

De uma realidade sentida,

Até introvertida.


E, ainda assim,

Apesar da clareza do querubim,

Evidenciando o festim,

Nos persegue

O medo aldrabão,

Presença em ação, 

Sem extirpação, 

Traz aflição,

Mas pode, enfim,

 Encontrar redenção.


Haja fé então.



JP/Set/ 2024




** enfatizo a ideia de que silêncio e calma profunda permitem o surgimento de algo novo, como se a ausência de movimento fosse uma força de movimento criativa em si.