Amor
A sorrir acordei um dia
A ela todo lho devia
Tínhamos bailado Manuela.
Tudo era uma aguarela
Recordo ainda saudoso
Esse momento prazeroso
Foram os primeiros beijos
Seguiram-se outros cortejos
Foi no meio de um castelo
E estava tudo tão belo
Bendizendo a tal sina
Abençoado pela menina
Fui cantando alegria
Crescendo minha euforia
Nem sabia o que fazer
Dava-me tanto prazer
Não só de estar a viver
Como lhe poder dizer
Amor tu és o meu ser
Fui gerando afeição
Conheci-a melhor então
Mirando sua natureza
Vi ainda maior beleza
Relembro passeios imensos
Sempre de mão na mão
Foram assim tão intensos
Que fadaram meu coração
Vi-a um dia no altar
Levada por meu irmão
Nem queria acreditar
Parecia uma visão
Do paraíso pois então
Em amplexo nos envolvemos
Em paixão nos atolamos
E diante de tanta profusão
Houve sublime floração
Eis-nos chegados ao Outono
Muito perto da vindima
Mas ainda cheios de estima
Sem nada em desabono
E sempre em concertina
É ainda de mão na mão
Que mostra cirurgia
Aceita a limitação
Deixando-nos com afasia
E já avelada a folha
Sem ter grande escolha
Prós filhotes adoração
Aos amigos quanta afeição
Á neta suprema namoração
Tudo com sublime devoção
JP/2014.01
Acrescido um verso na última estrofe pouco depois da Carminho ter nascido