sábado, 15 de fevereiro de 2025

Sonhos e Realidades

 


Criada no supra mental

De jaez transcendental

Uma visão eclodiu

Um oásis reluziu 

No coração se fundiu

 


Na aurora esboçada

A aparição persistia

Amiúde renascia

Na esperança arreigada

Na hera enraizada


Lobrigar uma vinha

Sombria ou fria 

Logo entrevia

Um dia serás minha

Sempre em sinfonia 


Amor dos campos

Dos pirilampos

Atrativos granitos

Encantos tantos

Olhos acalantos


Ruralidades

Um odor que desperta

Uma palavra certa

Imaginação aberta

Intencionalidades


Divina claridade

Gerou criatividade

Arte de qualidade

Assim alimentada 

Obra consumada 


Já alicerçada.

Logo à chegada

Morria o velho eu 

Eclodindo no casaréu

Um novo velho eu


Na travessia deste rio

Nasciam novos genes

Pensamentos diferentes

Escolhas crescentes 

Fomos mais presentes 


Desta sincronização

Houve comunhão 

Amor e união

Vinte anos de paixão 

Gratidão 



JP/Fev/25





terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Bela e Singela

 


Bela e Singela



I

És tão bela

És luz singela

És a árvore

Cuidas dos teus rebentos

Novos,velhos e sarmentos


II

És tão bela

És luz singela

Cuidas dos vizinhos

Segues em frente

Cresces docemente


III

És tão bela

És luz singela

Tuas sementes

Sopros amorosos

Abraços silenciosos


IV

És tão bela

És luz singela

Teus frutos

Bênçãos divinas

Generosidades finas


V

És tão bela

És luz singela

Folhas amarelas

Doações em aguarelas


VI

És tão bela

És luz singela

Tuas raízes 

Escoras da vida

Mantém alma erguida


VII

Es tão bela

És luz singela

És a muito querida Manuela


JP/Natal 2024

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Um Amigo

 


18.10.24

Um Amigo


Falei com um amigo

Doente e internado

Deveras desanimado

Fiquei abismado


Foi um pranto

De triste canto

De desencanto

Enorme quebranto 


Nem o seu manto 

Coberto de santo

Sacrossanto

Evitou o amianto


Dói tanto

Porquanto

No meu recanto

Me dava tanto


Teimoso

E no entanto

Escutava-o com espanto

Era um encanto


Desnorteado

No jardim desfolhado

Suflou- se o brado

Esvaiu -se o agrado


Reanimado

Eis o amigo imortalizado



JP/Dez/24

Em Dez/24 reiniciei esta história em rimas que acabei nos 3 ou 4 primeiros dias do mês antes de saber as melhoras dele. Posteriormente acrescentei as 2 últimas linhas



sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

O Senhor António

 



O Senhor António


Tantas

Nem sei quantas

Por ti passei

Olhar fugidio

Fingi que não vi

Mas algo reti

Coisa diferente em ti 

Por segundos atentei 

Tão logo me esgueirei


Aqui e ali

Tua imagem não bani

Não a absorvi

Nem a extingui

Nem me envolvi


De súbito entendi 

Postura a que assisti

Teu olhar que depreendi

Desta feita vi

Um náufrago ali


Te questionei 

Em teus olhos desolados

Li as sangrias

O desespero que sentias

As injustiças que rangias 

As impotências frias

E como te doías


Golpes  cortantes

De ventos cruentes 

Fustigado e vergado

Na lama jorrado

Lambias feridas

Ciciando agonias


Energias

Detinhas 

Não te torcias

Reagias

Orgulho sustinhas

Não te rendias


Pois

As cepas das tuas vinhas

Mondadas de folhas e ramos

Podadas dos engaços

e cachos 

Ainda contém os viços

Crês no brotar dos rebentos

Promessa de primavera

Que o eminente mortório

A torna numa quimera.


Implacável o tempo passa.


JP/Out/Nov/Dez2024




Maleita

  

Maleita


Vivo com uma maleita

Que de Abril espreita

Desde então me enfeita

Sem saber de que é feita


É imperfeita

E tão suspeita

E insatisfeita

Que não endireita


Começa a ser atreita

Ou pior assaz afeita

Mesmo coisa feita

Virando uma seita


Rejeito o seu culto

Neste corpo adulto

Existe um mau vulto

Atribuo- lhe indulto


Não matuto

Nem discuto

Não desfruto

Nem imputo


Como ser cerebral

Creio na conexão não causal

Na criatividade divinal

Na inteligência universal


Mesmo na imortal

Faz parte da conexão não causal.



JP/09.11.24


domingo, 27 de outubro de 2024

Alguns Dias São Assim

 


Já em 2019 foi assim:


Alguns Dias São Assim


Efeito mínimo.  

Agitação apenas.


Aceitei a inconsciência,  

Cresceu a tranquilidade,  

E a serenidade.  


Dissipou- se o medo. 

Por achar ser cedo?

Às fraquezas concedo

impotência, 

Minha paciência, 

E aceitação. 


Interrogo-me então?

De onde advéns tu?

Do coração?

Da sincronização? 

Pura percepção?

Do desapego?

Da falta de fôlego?

E de aconchego?

Creio que não.


De onde emanas então?

Houve “convocação”?

Maior consciencialização?

Harmonização,

Evolução?

Não sei, não.


Sei que há gratidão, 

Por tamanha concessão.

Rogo conservação,

Até final da sessão. 


Reconheço conturbação,

Só em dias de aplicação,

À logística digo não,

Seria bom,

Abandonar tal companhia, 

E chegar ao dia,

Tudo dormiria,

Se fundiria.



Em 16.10.24

…………………….


Até lá pedir-Te-ia


Que neste mar de letargia

Uses a Tua mestria

Não deixes a onda bravia

Quebrar minha sintonia


Haja ao menos maresia.


Que por muito

Salgada seja,

Seu odor corteja

Me viceja


Mas neste fim dia,

Fraqueza sentia,

Apenas jazia,

Tremia.

 

Me consumia.



JP/16 e17.10.24

Sinto II

 


Sinto II


Nem sei bem o que sinto

Complexo o que sinto

Há muito pressinto

Não é instinto

Algo indistinto 

De que me ressinto

Neste meu labirinto

Suga- me o arinto 

 Deixa- me faminto

Esvazia o recinto 

Busca- me o extinto

Mal que desde Abril  finto


JP/Out/17/24