Folhas da Vida
Olho-as através das janelas
Quão diversas pintadelas
Autênticas aguarelas
São lágrimas do Dono
Caídas e ao abandono
Desnudando mães d’outono
Mirradas e folhiças
Em campas rasas mortiças
Clamam suas enfermiças
Esvaecem-se em sedimento
Fecundando solo lamacento
No último e sofrido lamento
Apesar do definhamento
Apadrinham já o fomento
Ao favorecer o advento
Por meio do próprio fermento
Profetizando o florescimento
De um sagrado revivescimento
JP/Out/2019